sábado, 29 de setembro de 2012 0 comentários

Sobre as mortes inesperadas

Foto: http://inironichell.tumblr.com/


Eu morri. Sem querer, sem desejar, eu morri. Morri a morte dolorida daqueles que inexistem dentro do coração do outro. Morri, enquanto ainda adormecia os meus olhos no sonho inocente de paralisar a máquina do tempo, para recolocar cada coisa em seu lugar. Morri acreditando que podia transformar a estranha realidade do ontem, em um hoje muito mais bonito. Morri, enquanto a expectativa do até breve pernoitava dentro do meu coração, e me fazia acreditar que algumas partidas inesperadas são só um forma desajeitada de dizer: “vou ali, mas já volto”. Morri, acreditando que voltaria. Morri; perdida, dentro da indesejável solidão de quem fica.

Eu morri. Morri; pálida e exausta, com as cores do maior amor do mundo ainda nas pontas dos dedos, revelando minhas inúmeras tentativas de recolorir o seu coração. Morri, enquanto morria aos poucos, submersa em uma crença quase inabalável, de que o amor que carregava dentro do meu peito poderia transformar a sua vida. As suas coisas. As suas tantas fases, quando elas se desencontravam da lua. Morri, entregue ao vento, feito palavra perdida, não pronunciada; não revelada, quando ainda tinha tanto a lhe dizer. Morri muda, como aqueles que se perdem dos seus sonhos e chegam ao final da vida sem nada para contar.

Morri um pouco de cada vez… Uma morte lenta, de quem vai se entregando às pequenas dores, até não sobrar mais espaço na alma para doer. E morri cega, surda e perdida, sem conseguir encontrar o caminho de volta para a minha própria vida, porque mesmo sem você saber, eu estava morando na sua. Eu fiquei lá, morando, sentada, esperando, como quem espera sem nenhuma garantia; mas espera, só porque acredita que amor bonito marca tanto por dentro, que não importa o tempo que leva, ele sempre volta. E traz flores, plantadas dentro de um coração renovado e bem disposto, entregue ao encanto de um amor tão grande que sobreviveu ao tempo de uma espera eterna.  Morri, de tanto esperar.

Morri, vivendo nos seus dias. E enquanto você vivia a sua vida, sem nenhuma vontade de voltar para os braços abertos de quem só espera, eu morria. E morri, sem saber ao certo o meu lugar nessa vida incerta e intempestiva, que nos sorri o sorriso mais bonito quando nos cobre de esperança, e nos mata aos poucos quando as estrelas que ganhamos para iluminar o nosso céu se apagam sem que a gente tenha conseguido tocá-las. Morri, segurando aquela estrela.

Morri, sem conseguir saber de verdade o meu tamanho. Sem saber se minha alma era realmente maior que o meu corpo. Morri, sem ouvir a verdade. Sem ouvir o que você nunca disse. Morri, sem conseguir chegar ao paraíso, encontrar Deus e lhe pedir perdão, pela minha falta de fé. Morri, sem nenhum encanto. Morri sonhando o sonho dos inocentes – dos que ainda acreditam no maior amor do mundo – e enquanto adormecia os meus olhos em uma espera, um anjo me falou que Deus me via. Que embora algumas vezes eu não acreditasse, Ele me via. E me via de um jeito tão bonito, que havia lhe enviado ali, para me dar algumas respostas. E que ele estava ali só para me dizer que um amor tão grande assim, não poderia morrer de repente. Que um amor tão grande assim, merecia mais. Que um amor tão grande assim, deveria se eternizar. Que um amor tão grande assim, deveria deixar alguém para lembrar e contar a sua verdadeira história. E foi só por isso – por ter enxergado no meio da multidão o tamanho do amor que eu carregava dentro do meu peito, sem ninguém saber – que Ele plantou dentro de mim uma semente que deu origem a uma flor: A flor do maior amor do mundo!

Agradeci ao anjo pelo presente. Agradeci a Deus por me amar assim. E, hoje, peço a Deus, que mesmo com a alma soterrada pela falta de esperança e o coração injustamente pisoteado, e ainda no chão, que eu não desista de amar. Que ainda que o tempo não consiga fazer o meu coração voltar saudável para dentro do peito, que eu não desista de amar. Que ainda que me digam que eu morri dentro do coração de alguém, que eu não desista de amar. Que ainda que doa o intraduzível, que eu não desista de amar. E que eu não desista do amor, porque é ele, o meu amor, o maior amor do mundo, que alimenta a minha flor.

Érica Gaião

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A História de Conversa de Botas Batidas


A banda Los Hermanos é conhecida por tocar músicas que falam de amor, emoções, momentos e pensamentos através de melodias suaves, com base nos teclados e nos metais. Conversa de botas batidas é mais uma dessas músicas.

A letra fala sobre uma história que Marcelo Camelo, o compositor e cantor da canção, leu em uma reportagem no jornal. Segundo o próprio Camelo, a reportagem fala sobre um casal de idosos que havia marcado um encontro amoroso depois de muito tempo sem se verem. O hotel em que eles se hospedaram veio a desabar. Na tentativa de salvar o maior número de hóspedes, um funcionário do hotel foi de quarto em quarto batendo nas portas, para que os hóspedes saíssem rapidamente, entretanto, ao bater no quarto do casal, a porta não foi aberta e ninguém respondeu. Não se sabe se eles não quiseram abrir para manter a intimidade, para fugirem do flagrante ou se estavam fugindo. Camelo deu uma nova hipótese para a negação ao alarme do funcionário. Conversa de botas batidas é um diálogo do casal que se ama, que sabe que o fim está chegando e tudo o que querem é curtir cada minuto que lhes restam. Eles só queriam o amor e nada, nem mesmo a queda de um hotel, atrapalharia o casal.

Com a explicação a letra torna-se fantástica. Uma visão romântica e totalmente pertinente para a história. Camelo fez com que uma tragédia virasse uma linda história de amor, lembrando as grandes tragédias shakespearianas, nas quais o final é triste, mas muito bonito e romântico.





Conversa de Botas Batidas
Marcelo Camelo

Veja você, onde é que o barco foi desaguar
A gente só queria um amor
Deus parece às vezes se esquecer
Ai, não fala isso, por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida
Que a gente vai passar

Veja você, quando é que tudo foi desabar
A gente corre pra se esconder
E se amar, se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar

Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
Que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
E agora está de bem

Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar

Diz, quem é maior que o amor?
Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além
Vão dizer, que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela vai cair

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Fica a Dica


Faça da sua alma o lugar mais bonito do mundo, e deixe entrar aqueles que julgar merecer compartilhar de tamanha beleza. E explore todas as outras que você for convidado a conhecer.

(G. Lacombe)

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Só o amor sabe dividir


sexta-feira, 28 de setembro de 2012 0 comentários

Imagine aí!



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Tudo


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Função da literatura


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Esquecer e perdoar...


quinta-feira, 27 de setembro de 2012 0 comentários

Dança comigo?




Eu dançaria contigo até nossos sapatos ficarem gastos e nossos pés no chão. Dançaria contigo até que nossas roupas rasgassem, de tanto se encontrarem, com nossos corpos juntos. Ficaria contigo, nessa dança, até que a música acabasse, o baile terminasse, o dia outro virasse, tudo se renovasse. Eu dançaria contigo na chuva, debaixo d'água, de cabeça pra baixo, de qualquer jeito. Dançaria até que ficássemos exaustos e quiséssemos encontrar descanso, exatamente, nos braços um do outro. Dançaria contigo, já de pé no chão, até que ficassem em carne viva. Veja, eu ficaria contigo aqui, se preciso, até que tudo se acabasse. E, se possível, começaria tudo de novo. Dançaria mais, e mais, e mais. Nunca perderíamos o ritmo, já que nossos pés se conhecem bem o suficiente para saber onde cada um estará, sintonia perfeita. E mesmo que acabássemos por dar pequenos pisões um no outro, a gente sabe que dançar é assumir esses riscos, e seguiríamos. Eu dançaria contigo no pra sempre que a próxima música couber na gente.

Dança comigo?


(G. Lacombe)
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Tempo

Foto:  http://debemcommorfeu.wordpress.com


‎[...]

Que os anos passem 
e eu leve a minha vida em verso e prosa
enfeitando momentos de tristezas
cantarolando em dias de saudade

Neidinha Borges
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Quanto vale um abraço



quarta-feira, 26 de setembro de 2012 0 comentários

Gostava tanto de você

Tim Maia 1997 - Gostava tanto de você - Edson Trindade



Não sei por que você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...

Você marcou na minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...

E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...

Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver prá não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você...

E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...

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Sábio Chico



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Meu Sonho




Parei as águas do meu sonho
para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...
Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.
Procurei-te em vão pela terra,
perto do céu, por sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar?
Quando vierem fechar meus olhos,
talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.

CECÍLIA MEIRELES

terça-feira, 25 de setembro de 2012 0 comentários

Desejo



Quando estiver cansado de tudo, que você ainda possa olhar pro lado e encontrar alguém que te faça sorrir e se renovar na longa viagem que é a vida.

(G. Lacombe)
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Cuidado!

Autoria desconhecida

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Raridade

Imagem: http://michele.f.zip.net


“É tão raro amarmos alguém por inteiro, com aquilo que nos agrada e com aquilo que não nos agrada. É tão raro sermos amados por inteiro, com nossas cavidades de sombra, com nossos dorsos de luz.” 

Jean-Yves

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Etapas

Foto de capa do livro "Próximo Passo", romance de Marcelo Cezar.

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver."

Texto atribuído a Fernando Pessoa
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Que o amor me eleve!



Isto mesmo, amiga, sigo assim, serena
Leve e plena torcendo pra que o amor
Chegue e me eleve antes que a morte 
Me leve desta vida sempre tão breve!

(Guria da Poesia Gaúcha)

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Perseguição



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No intervalo




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Eu e meu barquinho

Autor Desconhecido


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Meu bolso anda cheio



segunda-feira, 24 de setembro de 2012 0 comentários

Duvido!


Dizem que a saudade é uma palavra que só existe na Língua Portuguesa. Pode até ser. Mas duvido que o Aurélio consiga traduzir em palavras o que eu sinto agora. 

[Rokatia Kleania in Saudades de Quem eu Amava]

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AdorArte



Pego minhas mágoas, jogo no papel, faço poesia e reciclo toda tristeza que tive. Que alguém por aí ache bonito o que um dia foi dor e grito.

(G. Lacombe)

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Renascer



‎''Às vezes você tem que morrer por dentro para levantar-se das suas próprias cinzas e acreditar em si mesmo e amar a si mesmo para se tornar uma nova pessoa.''

Susana Hilmer

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Mais ou Menos



A gente pode morar numa casa mais ou menos, 
numa rua mais ou menos, 
numa cidade mais ou menos, 
e até ter um governo mais ou menos.

A gente pode dormir numa cama mais ou menos, 
comer um feijão mais ou menos, 
ter um transporte mais ou menos, 
e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.

A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...

TUDO BEM!

O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum... 
é amar mais ou menos, 
sonhar mais ou menos, 
ser amigo mais ou menos, 
namorar mais ou menos, 
ter fé mais ou menos, 
e acreditar mais ou menos.

Senão a gente corre o risco de se tornar  
UMA PESSOA MAIS OU MENOS.


Chico Xavier

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Será?


♫ Kid Abelha in Lágrimas e Chuva ♫

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Só Deus



sábado, 22 de setembro de 2012 0 comentários

Rotina



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Silenciar...


Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade porque não desejam que as suas ilusões sejam destruídas." 

 Friedrich Nietzche

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Tudo bem




Já não tenho dedos pra contar
De quantos barrancos despenquei
E quantas pedras me atiraram
Ou quantas atirei
Tanta farpa tanta mentira
Tanta falta do que dizer
Nem sempre é "so easy" se viver


Hoje eu não consigo mais me lembrar
De quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão
Eu já deixei
Tantos bons quanto maus motivos
Tantas vezes desilusão
Quase nunca a vida é um balão


Mas o teu amor me cura
De uma loucura qualquer
É encostar no seu peito
E se isso for algum defeito
Por mim tudo bem
tudo bem


Já não tenho dedos pra contar
De quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão
Eu já deixei
Tantos bons quanto maus motivos
Tantas vezes desilusão
Quase nunca a vida é um balão


Mas o teu amor me cura
De uma loucura qualquer
É encostar no seu peito
E se isso for algum defeito
Por mim tudo bem
Tudo bem, tudo bem


Lulu Santos - Tudo bem (acústico MTV)


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O tempo


http://papeltinteiroedesatinos.wordpress.com

“Eu acredito. Acredito no tempo. O tempo é nosso amigo, nosso aliado, não o inimigo que traz as rugas e a morte. O tempo é que mostra o que realmente valeu a pena, o tempo nos ensina a esperar, o tempo apaga o efêmero e acaba com a dúvida.”

— Caio Fernando Abreu.

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Aprendi


Foto: www.olhares.com

Eu aprendi a escrever
na água
que dos meus olhos
vertia
em dilacerada dor.

Joguei-me no rio...
e transbordei 

em palavras
nove luas depois

Aluísio Barros




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Sonhei. Sonhou. Sonhamos...

Foto extraída de:  http://danielaborali.blogspot.com.br

Cá entre nós: fui eu quem sonhou que você sonhou comigo? Ou teria sido o contrário? Sonhei que você sonhava comigo. Mais tarde, talvez eu até ficasse confuso, sem saber ao certo se fui eu mesmo quem sonhou que você sonhava comigo, ou ao contrário, foi quem sabe você quem sonhou que eu sonhava com você. Não sei o que seria mais provável. Você sabe, nessa história de sonhos — falo o óbvio —, nunca há muita lógica nem coerência. Além disso, ainda que um de nós dois ou os dois tivéssemos realmente sonhado que um sonhava com o outro, também é pouco provável que falássemos sobre isso. Ou não? Sei que o que sei é que, sem nenhuma dúvida: Sonhei que você sonhava comigo.

Por Trás Da Vidraça – Caio Fernando Abreu
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Sem graça


sexta-feira, 21 de setembro de 2012 0 comentários

Estratégia

Paul Cézanne, pintor francês

Dias há em que preciso me mudar dentro de minha própria casa. Tentativa vã de dar outro abrigo ao que há de mais insuportável em mim.

Outro dia, uma amiga me disse que, quando está triste, muda de lugar os móveis de seu apartamento. Não entendi bem a lógica disso, mas suponho que seja semelhante à que me leva a transferir meu corpo, continuamente, durante o dia, pelos cômodos de minha casa.

Dias há, no entanto, nos quais nenhum lugar consegue resistir ao meu ódio, ao meu afeto. Aí, me estatizo. E insisto. Em pontos. Feridas. Lugares. Lembranças que não param, um só segundo, de ir e vir, de ir e vir... vertiginosamente, a ponto de me confundir e não me permitir saber mais se sigo vivendo precisamente por causa deles ou se me suicido, voluntária e lentamente, por insistir em tomar a pulsação de um sentimento que teve dia, horário e local de sepultamento. Mas que, a despeito disso, ainda encontra, em meu lar e em meu corpo, motivos pra se reinventar a todo instante.

Quando poderei, enfim, descansar?

Juliana Leal

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Começando o dia com Nando Reis...



♫ Pra você guardei o amor
http://letras.ms/6G7s


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Quem sou?


(...) A única verdade é que vivo. 
Sinceramente eu vivo. 
Quem sou? 
Bem, isso já é demais.

Clarice Lispector

quinta-feira, 20 de setembro de 2012 0 comentários

Reza



(...)

Deus me proteja da sua inveja
Deus me defenda da sua macumba
Deus me salve da sua praga
Deus me ajude da sua raiva
Deus me imunize do seu veneno
Deus me poupe do seu fim

Deus me acompanhe
Deus me ampare
Deus me levante
Deus me dê força

Deus me perdoe por querer
Que Deus me livre e guarde de você

(...)

Rita Lee


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Onde está você agora?

Renato Russo in Vento no Litoral


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O amor


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Assustador


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A verdade é que...


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Seguindo o coração


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Gira


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Costurando...



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Precisando...

Autoria desconhecida - Imagem Estação Felicidade


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A vida e o tempo

Autor Desconhecido - Imagem:  https://www.facebook.com/pages/Estação-Felicidade

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As coisas

Extraída de  www.podelua.com

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Prova Infalível



Quando eu soltar meu último suspiro;
quando o meu corpo se tornar gelado,
e o meu olhar se apresentar vidrado,
e quiserdes saber se inda respiro,

eis o melhor processo que eu sugiro:
— Não coloqueis o espelho decantado
em frente ao meu nariz, mesmo encostado,
porque não falha a prova que eu prefiro:

— Fazei assim: — Por cima do meu peito.
do lado esquerdo, colocai a mão.
e procedei, seguros, deste jeito:

— Gritai “MARIA!” ao pé do meu ouvido,
e se não palpitar meu coração,
então é certo que eu terei morrido!


Um poema do Padre Manuel de Albuquerque

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O teu riso




Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda


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Você sabe?


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Pois é.


 
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