Alguém já disse que nunca se conhece totalmente uma pessoa. Por isso não tente. Você não me conhece. Eu não me conheço. Sou estranha. A pessoa mais estranha que (des)conheço.
Não adianta. Entender-me é impossível. Sou, por natureza, esdrúxula. Pra começar, sou mulher. E mulher, tão bem cantou aRita Lee, é bicho esquisito. Assim sendo, como mais um exemplar único dessa espécie de tão difícil compreensão, me rebusco de atitudes e sentimentos equívocos.
Sorrio quando todos esperam que eu chore. Choro quando tenho motivos de sobra pra sorrir. Calo-me quando devo gritar. Grito quando o momento sugere silêncio. Contudo não se espante se, de repente, tudo ocorrer pelo avesso. Afinal também sou inconstante. Ou não.
Acredite. Sou capaz dos maiores gestos de carinho. Capaz de dar a vida por quem amo. Mas, em certas ocasiões, ajo com uma frieza que me assusta e de mim afasta àqueles de quem tanto gosto. Porém se há em mim tanta frieza, não seria por tantas vezes de amor ter eu morrido? E se viver vale à pena, como proclamou o poeta, morrer de amor valeria?
Todavia, muitas vezes mesmo desejando o oposto, não posso negar: amo e tanto e com tanta intensidade as pessoas, a vida, o amor. Amo amar, de forma a me confundir inteira. Talvez por ser o amor, assim como eu: intenso, instável, estranho, encontro-me nele e ele em mim.
Rokatia Kleania
Professora
A estranheza de um ser de Rokatia Kleania é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
Based on a work at www.aspirinasurubus.blogspot.com.
Nenhum comentário:
Postar um comentário