Eu amo-te sem saber como, ou quando, ou a partir de onde. Eu simplesmente amo-te, sem problemas ou orgulho: eu amo-te desta maneira porque não conheço qualquer outra forma de amar sem ser esta, onde não existe eu ou tu, tão intimamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão, tão intimamente que quando adormeço os teus olhos fecham-se.
"Eu gosto de quem facilita as coisas. De quem aponta caminhos ao invés de propor emboscadas. Eu sou feliz ao lado de pessoas que vivem sem códigos, que estão disponíveis sem exigir que você decifre nada. O que me faz feliz é leve e, mesmo que o tempo leve, continua dentro de mim."
Este é o mês das festas juninas, o que nos fez lembrar de que 2012 é o ano do centenário de Luiz Gonzaga! Fica aqui homenagem ao nosso eterno e querido Rei do Baião!
"Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo a fora. Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito aquilo que é indispensável. Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: o de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída."
"Há alguns dias, Deus — ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus —, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.
Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de "minha vida". Outros fragmentos, daquela "outra vida". De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água..."
Trecho de "Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos de 'minha vida'", de Caio Fernando Abreu (originalmente publicado no jornal "O Estado de S. Paulo", 22/04/1986)
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
( Álvaro de Campos - heterônimo de Fernando Pessoa, 21/10/1935)
Os versos acima, escritos com o heterônimo de Álvaro de Campos, foram extraídos do livro "Fernando Pessoa - Obra Poética", Cia. José Aguilar Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 399.
É chegado o momento tão esperado. Sento-me à mesa. Abro a gaveta e dela tiro uma folha de papel. Pego a caneta que está no porta-lápis sobre a escrivaninha. Olho de um lado para outro com o intuito de lembrar o que mais preciso para realizar o tão sagrado ato de escrever. Ah! Sim! O meu fiel amigo e companheiro de tantas aventuras textuais. Levanto-me, pois, e pego o meu Aurélio, que se encontra espremido entre A Clarice Lispector e o João Cabral de Melo Neto, num delicioso sanduíche literário, capaz de deixar até o Davi Moura com água na boca.
Volto à mesa. Tudo pronto. Após o ritual inicial, é hora de enfim começar.
Começar? Sim, vamos lá! Escrever é preciso...
Observo, então, aquela cândida face de papel ali na minha frente. Deitada e desnuda, ela me olha feito uma amante que espera ser desvirginada pelo seu amado. Ficamos segundos, minutos assim, entreolhando-se como um casal recém enamorado. E nessa paquera que parece eterna, comporto-me com a timidez que me é peculiar nos primeiros encontros amorosos. E destarte continuo ali, estática, imóvel, inerte.
A folha continua me olhando. Silenciosamente, me pede um poema, um conto, um bilhete, uma lista de compras que seja. Mas o que posso eu escrever, quando a mente perdida divaga no nada, buscando por algo que sequer sabe o que é? O que faço, se a caneta, diante da inalterada página, dança num bailado sem ritmo e sem par?
E agora? O que fazer? O que dizer quando as palavras escapam por entre os dedos parecendo fugir do papel que, palidamente, me encara com um olhar assustado e inquieto de quem anseia, há tempos, pelo especial momento de ser totalmente submerso por uma avalanche de versos? O que digo eu à página em branco que, impaciente, procura em mim o seu existir?
Não é o rasgar e o amassar que lhe tiram a vida. Ela sabe que vem ao mundo sozinha, branca, vazia, sem vida. E sabe também que apenas as palavras são capazes de encher de cor o seu viver. Só as palavras podem dar sentido ao fato de ser o que é.
Mas as palavras não vêm...
Pergunto-me, pois, por onde andarão todos aqueles sentimentos que por tantas vezes inflamam meu peito, me roubam o ar e apertam a garganta querendo sair. Aonde foram parar as lembranças daquela noite enluarada na praia, da viagem de férias, do telefonema no meio da noite, do vizinho chato ouvindo Pink Floydno último volume, do vendedor assanhado do mercadinho da esquina que sempre tenta pegar na minha mão enquanto me passa o troco?
Olho mais uma vez para o papel. Só então percebo que seu aspecto já não é mais virginal. Sua face, antes pura, descobre-se agora maculada pelo violento garatujar de minha caneta. Em seu corpo, só riscos que nada dizem, nada mostram, nada são.
* O encontro frustrado de Rokatia Kleania é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported. Based on a work at www.aspirinasurubus.blogspot.com. Permissions beyond the scope of this license may be available at www.blogdaprofessorinha.blogspot.com.
E eu vou levando a vida no equilíbrio entre ser radicalmente a favor dos meus sonhos e terminantemente de pés no chão. Me levo nessa mistura entre ser o que construí, o que estou conquistando, e aquilo que ainda me verão alcançar. E sigo feliz, alegre, e contente, sem esquecer o que ficou pra trás, mas com o andar sempre em frente.
Se a uva preta é roxa,
Se a uva branca é verde,
Se o milho verde é amarelo,
Se o quadro negro não é preto,
Se roxo de raiva é ficar vermelho,
Se um sorriso consegue ficar amarelo,
Se tudo azul significa tudo bem e ainda,
Se o mar de rosas não tem a cor das rosas,
Pra que mesmo existem as verdadeiras cores?
Que o rosa é um vermelho andando bem devagar?
Será pra ver que o branco faltou à aula do colorido?
Que o cinza é o pó do namoro do branco com o preto?
Que o preto vestiu luto na luta com o branco absoluto?
Que o vermelho é um rosa forte que pode dar choque?
Que o verde é o azul e o amarelo transando sem parar?
Não sei e acho que não saberei explicar pra meus filhos:
Porque o branco do susto é o mesmo que o da virgindade,
Porque o amarelo do ouro é o mesmo que o do desespero,
Porque o roxo daquela raiva é o mesmo que de uma saudade,
Enfim, eu não saberei dizer porque em um mundo tão colorido,
Existe tanta gente que sequer aceita ver o preto com o branco!
Ok, eu sei que já tenho incontáveis motivos para isso, mas sempre desejei encontrar a pessoa certa. Ou a pessoa ideal. Alguém para mandar um “bom dia, obrigado por habitar o mesmo universo que o meu” ou para pensar toda vez que deitar na cama e toda vez que acordar. Alguém que me faria sorrir à toa e cantar, cantar e dançar nas horas menos próprias. Agitar com o simples intuito de extravasar a felicidade que quase nem cabe mais dentro do peito.
Você me deixa com vontade de te abraçar e de te fazer bem. De cuidar, de zelar pela tua estabilidade, pela tua vida. Você me deixa com vontade de dizer, sempre que necessário, o quanto você é especial. E o quanto eu acho que nascemos um para o outro.
Você me deixa com vontade de ser eu. De ser eu, na minha plenitude. De descobrir coisas novas em mim, mares nunca dante navegados, sentimentos adormecidos ou desconhecidos. Você me deixa com vontade de fazer. Você me deixa com vontade de ser melhor. De crescer, em todos os âmbitos. De ser uma pessoa boa, próspera, cada vez mais detentora de si e conhecedora de suas qualidades e defeitos.
Você me deixa com vontade de te fazer melhor. De ser teu remédio, tua penicilina, teu escudo e teu travesseiro. De deitar contigo e ouvir tua respiração confundir-se com a minha, de prestar atenção nas tuas histórias e de tomar qualquer coisa e de andar para qualquer lugar.
Você me deixa com vontade de ser livre. Você me deixa com vontade de voar a dois.
(Vinícius Dill Soares*) * Clique aqui e acesse o site Levemente Crônico e conheça mais da obra desse jovem e talentoso escitor.)
"De mim, que tanto falam Quero que reste o que calei Que tanto rezam por mim Quero que fique o que pequei De mim, que tanto sabem Quero que saibam que não sei..."
Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz. Sem tirar o ar, sem se mexer, sem desejar como antes sempre quis.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.
Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz.
Se chorar, chorar é vão porque os dias vão pra nunca mais.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e dançar.
Dançar na chuva quando a chuva vem.
Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar.
Nessa hora fique firme, pois tudo isso logo vai passar.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e dançar.
Dançar na chuva quando a chuva vem.
"Primeiramente se ame. Goste do seu corpo, da sua voz e do seu jeitinho. Aceite a mania que você tem de se apegar ou se desapegar. Goste do seu cabelo seja ele ondulado, crespo, liso, enrolado (…). Fique contente ao se vestir, pois você se veste para si mesmo; para se agradar. Goste do seu andar e do seu falar. Seja sua voz fina, grossa, roca, ou de qualquer outra maneira. Goste do seu andar seja ele torto, reto, apressado ou lento. Ame o seu peso, e caso não se contente, se esforce até gostar. Se contente com sua altura. Se contente com você e com o seu eu. Se contente com seus jeitos e manias. Goste do seu sorriso, pode ser tortinho, amareladinho, mas sorrir faz parte da felicidade. Goste da maneira como gesticula ou como pega gírias rapidamente. Goste de sua mania de sentir. Goste da sua maneira de demonstrar ou não o amor. Goste de você. Ame a si mesmo. Ame. Ame mesmo. Se namora, para depois pensar em amar outro alguém."
"Claro que sou uma garota que gosta de livros, mas não sou uma intelectual nem estou interessada em ser. Leio porque quero me expandir e crescer o quanto puder."
[Marilyn Monroe para o Hollywood Erskine Johnson, em 1992.]
"Assim que o amor entrou no meio, o meio virou amor O fogo se derreteu, o gelo se incendiou E a brisa que era um tufão Depois que o mar derramou, depois que a casa caiu O vento da paz soprou (...) O amor não se tem na hora que se quer, ele vem no olhar Sabe ser o melhor na vida e pede bis quando faz alguém feliz."
"O caminho que eu escolhi é o do amor. Não importam as dores, as angústias, nem as decepções que eu vou ter que encarar. Escolhi ser verdadeira. No meu caminho, o abraço é apertado, o aperto de mão é sincero, e quando eu me apaixono eu me entrego, e me entrego de corpo, alma e emoção. Por isso não estranhe a minha maneira de sorrir, de te desejar o bem [...] É só assim que eu enxergo a vida, e é só assim que eu acredito que valha a pena viver."
[Adaptado do texto "O caminho que eu escolhi" de Paulo Roberto Gaefke ]
“O que eu penso é, nunca é tarde, ou, em meu caso, cedo, para ser quem você queira ser. Não temos tempo limite, comece qualquer hora o que queira fazer. Mude ou permaneça a mesma. Não existe nenhuma regra. Nós podemos fazer o melhor ou o pior com isso. Eu torço que você faça o melhor. Eu espero que veja coisas que te balancem. Sinta coisas que nunca sentiu antes. Torço para que encontre pessoas com diferentes pontos de vista. Eu torço que você desafie a si mesma. Torço para que caia, e se levante. Torço para que viva a vida que sempre quis viver. E se não for assim, eu espero que você recomece tudo novamente”.
"Quem me dera pudesse compreender os segredos e mistérios dessa vida, esse arranjo de chegadas e partidas; essa trama de pessoas que se encontram, se entrelaçam e misturadas ganham outra direção."
[Pe. Fábio de Melo - Trecho da música Sou um Zé da Silva e tantos outros]
Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá. Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra. Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos. Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu. Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde. Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu.
As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces. O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o! Quem você ama? Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave! Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é outro, se a idade aumenta; Conserve a vontade de viver, não se chega à parte alguma sem ela. Abra todas as janelas que encontrar e as portas também. Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho. Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho. Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas.
Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for. Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso. Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam. Olhe para o lado, alguém precisa de você. Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca. Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os. Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.
Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura. Arrependa-se, volte atrás, peça perdão! Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se achá-lo, segure-o! Caso sinta-se só, olhe para as estrelas: eu sempre estarei nelas. Não estão ao seu alcance, mas estarão eternamente brilhando para você!
ATENÇÃO:O texto acima tem circulado na internet como sendo uma poesia de Fernando Pessoa. Mas não é. É de autoria de Silvana Duboc, e não tem absolutamente nada a ver com nada que Pessoa escreveu em toda a sua vida. Ocorre que alguém resolveu "completar" o texto com uma frase que creditou a Fernando Pessoa "Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada" e o texto todo foi engolido pelo crédito equivocado. A autora inclusive divulga o número do registro do poema, para que não haja dúvida (309.788).
Obedecendo a "intimação" da minha amiga Francione Brito, comecei o dia hoje ouvindo as sábias palavras de Pe. Fábio de Melo, que como sempre são uma bênção. E foi muito boa a reflexão que tais palavras me proporcionaram. Por isso trago aqui para compartilhar com vocês.
Dedico em especial a minha família e aos meus amigos.
Duvida? Então experimente ficar resfriado, com dor de cabeça e dores musculares ou ainda com alguma inflamação. Não. Não importa a causa, muito menos o estágio ou a intensidade de sua enfermidade, mais cedo ou mais tarde, você vai ouvir um “Toma uma aspirina que passa!”. E o pior, aliás, o melhor é que passa mesmo!
Não adianta vir me dizer que minha tese não tem base científica totalmente sustentável. Para mim, não há argumento mais forte que o alívio obtido instantes depois de tomar uma ou duas aspirinas. Ah! É inenarrável a prazerosa sensação de ausência de dor, principalmente, logo após experimentarmos esse intenso, constante e dolorido sofrimento físico.
Sim, já sei! Você vai me dizer que automedicação é algo errado, perigoso, que muitos riscos pode trazer à saúde, blá, blá, blá. Isso eu sei e, se um homem fosse, talvez eu já estivesse até careca por ser disso tudo ciente. E daí? Atire a primeira pílula aquele que nunca tomou um composto branco-cristalino de ácido salicílico?
Porém se engana quem pensa que os poderes aspirínicos param por aí. Aos desavisados, vale informar que a aspirina não se limita a ser somente um antipirético e analgésico. Ela possui em seu cinto branco de utilidades outras mil e uma serventias, comocontrolar a caspa, acabar com calosidades dos pés, aliviar picadas e ferroadas, tirar manchas de ovo das roupas, recuperar a cor do cabelo alterada pelo cloro e tirar manchas de suor das roupas. Há também estudos que mostram que aspirina pode reduzir o risco de vários tipos de câncer. Isso sem falar que ainda podemos usar o seu superpoder fertilizante em flores e plantas. Se disso não sabia, certamente é porque você nunca tentou descobrir o que é realmente uma aspirina, muito menos experimentou pesquisar sobre esse medicamento na rede mundial de computadores.
Portanto não há como negar, as aspirinas estão com tudo. Elas acalmam, limpam, produzem e curam. E, não se surpreenda se, de repente, nas crônicas esquinas da vida, uma aspirina cruzar o seu caminho e, de cima um belo salto alto, lhe seduzir, encantar, entreter e, quiçá, até arrebatar seu coração, lhe conduzindo por antigas e novas trilhas, em viagens ora banais ora fantásticas. Afinal elas podem tudo. O mundo é das aspirinas.
"Minha vida é uma verdadeira biblioteca. Já passei por tantas coisas. Foram tantos momentos. Tantos sofrimentos. Tantas alegrias. Basta dizer o gênero do livro que eu abro minha vida pra você."
"Tudo tem uma razão. Até as cicatrizes são parte de quem a gente é. Cada marca é uma história, uma vitória. Elas tão ali pra dizer que a gente sobreviveu. Cicatrizes podem ser bonitas. Podem dizer que somos fortes. (...) Porque nada é por acaso."
Não se concentre tanto nas minhas variações de humor, apenas insista em mim. Se eu calar, me encha de palavras, me faça querer dizer outra e outra vez sobre você, sobre nós, e todo esse amor. Se eu chorar, não me faça muitas perguntas, não precisa nem secar minhas lágrimas. Só me diz que você continuará comigo pra tudo, que tenho teu colo e teu carinho. E ainda que te doa me ver assim, me envolva nos teus braços e diga que eu posso chorar, mas que você não sairá dali enquanto eu não sorrir. Porque é isso que nos importa, não é? O sorriso um do outro?
Estavam no fundo do poço. Como lá chegaram não sabiam ao certo. Ou, talvez, conhecessem tão bem o motivo que preferissem torná-lo um sujeito oculto, como forma de não reviverem todas aquelas velhas dores que aspirina nenhuma é capaz de curar. Porém as cicatrizes deixadas pelas desinências do verbo amar logo denunciariam os sinuosos caminhos que os levaram até aquela funda, escura e assustadora cratera emocional.
Em meio àquela total escuridão, compreendiam que só havia uma coisa a fazer: abrir os olhos e encarar a sombria realidade que os rodeavam.
Ao se desvencilharem das pálpebras inchadas de tantas noites choradas, suas retinas provaram da negra miopia da solidão. Só algum tempo depois, quando a vista já se acostumara com toda aquela negritude, eles puderam enfim se perceber frente a frente.
De início, eram apenas acinzentados vultos humanos. Mas, aos poucos, puderam contemplar o brilho que, mesmo afogado em tanto pranto, ainda morava no olhar do outro. E era tão intensa a luz que irradiavam que suas noites viraram dias agradavelmente intermináveis.
Doravante aquelas duas almas já não eram mais solitárias. Tinham uma a outra. Viraram amigas, parceiras, confidentes, cúmplices. Dividiam entre si as dores, angústias e decepções. Compartilhavam planos e desejos. Juntas mergulharam em novos projetos. O principal deles: serem felizes.
Novos ventos vieram e para longe levaram aquelas plúmbeas nuvens que por ali pairaram durante algum tempo, que aos olhos alheios podia parecer breve, mas aos seus demorara um século.
Neste instante, puderam enfim apreciar a luz da vida.
Juntos eram fortes. E assim, apoiados um ao outro, levantaram-se e, de mãos dadas, finalmente saíram daquele fosso de amargura em que se encontravam.
E sorrisos adormecidos acordaram. Viraram sóis. Aqueceram aqueles corações que de tão sofridos se haviam cristalizado feito gelo. Mas o gelo agora derretido virara um belo lago capaz de contornar as pedras do caminho e desaguar no rio do amor ou no mar da amizade.
Desprovidos finalmente de qualquer expiação, souberam-se livres.
Livres para partir ou para ficar.
As mãos ainda entrelaçadas se despediram entre chuva de lágrimas e tempestade de sorrisos.
Sabiam que não era o fim. Era apenas o começo de um amor puro, sem promessas, sem mentiras, sem cobranças, sem renúncias, sem algemas. Como deveria ser todo grande amor.
"A lua era cheia. Ana Luiza adorava a lua cheia. O olho do céu bem aberto. Olho de prata que via tudo. Sem perceber, ela descansou sua cabeça no ombro dele, vidrada no olho do céu. Daquele olho ela não tinha medo. Não era como os olhos das pessoas.
- Acho que nada dá certo pra mim... - balbuciou.
- Sabes por que não?
Ela o inquiriu com o ollhar.
- Porque há um tempo certo pra tudo. Há um tempo certo pra cada propósito debaixo do céu - ele declarou.
- E quando vai ser o tempo certo... pra tudo dar certo?
- Ah... só Deus é que sabe...
- Deus... - ela ironizou. - Acho que o cronômetro d´Ele não funciona direito...
Mas ele não parecera dar importância à declaração cáustica dela:
- Há tempo de lutar, e tempo de viver em paz. Acho que, agora, é tempo de lutar.
Ela ponderou, por instantes:
- Tudo sempre termina... Fico me perguntando se esse tempo um dia vai terminar também. Antes que seja tarde... "
(Trecho do Livro "Reencontro" Autora: Leila Krüger - Editora: Novo Século - Série: Novos Talentos da Literatura Brasileira)
"Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas a única coisa que me desagradava era o sermão do padre: "Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?” Acho simplista e um pouco fora da realidade.
Dou aqui novas sugestões de sermões:
- Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
- Promete saber ser amiga (o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
- Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
- Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e, portanto, a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
- Promete se deixar conhecer?
- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
- Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
- Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
- Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
- Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?
Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros".
Sou Professora de Língua Portuguesa e Literatura. Atualmente atuo como Técnica Pedagógica dos Programas de Leitura da Coordenadoria de Desenvolvimento Escolar - CODESE - na Secretaria de Estado da Educação e da Cultura do RN - SEEC/RN.